Em entrevista exclusiva à Entrelinhas, o senador Magno Malta (PL-ES) opina que o Senado é o principal responsável pela permanência de ministros ativistas no Supremo Tribunal Federal, especialmente Alexandre de Moraes, a quem chama de "entidade de alta patente numa mente psicopata".
Malta afirma ainda que há um consórcio operando entre o STF e setores do governo, que atua para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro em “solitária política” e neutralizar toda forma de oposição. Para o senador, a única saída passa pela pressão popular e pela formação de uma nova maioria combativa nas eleições de 2026. “Essa luta não é por um homem. É por um país”, analisa o parlamentar.
Entrelinhas: A Oposição no Congresso anunciou que o pedido de impeachment de Moraes é "pauta única". Essa é, na sua opinião, a demanda mais urgente?
Magno Malta: O impeachment de Moraes, para mim, foi uma pauta presente no Senado o tempo todo. Eu falo de ativismo judicial desde o meu primeiro mandato, em 2005. É só procurar meus discursos. Sempre bati nessa tecla. É triste que ainda estejamos discutindo impeachment de ministros do Supremo que já deveriam ter saído, mas o culpado maior é o Senado.
Entrelinhas: O senhor acredita que o Senado é omisso nesse processo?
Magno Malta: O Senado é o poder mais forte da República, constitucionalmente falando, mas se acovarda. Esses ministros são indicados e não são sabatinados de verdade. Quando se coloca no STF um advogado que nunca foi juiz, você compromete a Corte. Moraes se tornou o megafone de um consórcio, o consórcio do mal, assim como Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. Temos um ditador com tentáculos soltos, falando em nome de um grupo. É uma cooperativa com o governo que aí está, que só existe porque o STF anulou a segunda instância e trouxe de volta um cleptocrata. Na semana passada, entrei com pedido de impeachment com o senador Girão. Mas cadê os senadores? Cadê o presidente do Senado?
Entrelinhas: Como o senhor enxerga as decisões de Alexandre de Moraes em relação ao ex-presidente Bolsonaro?
Magno Malta: O que esse homem faz não tem cabimento jurídico. É triste alguém estudar Direito pelos livros dele. Moraes, Gilmar Mendes e esse grupo representam um consórcio. Eu digo: tornozeleira não foi feita para inocente. E Bolsonaro é inocente.
Moraes, para mim, é uma entidade de alta patente numa mente psicopata no Supremo Tribunal Federal. Tudo isso é baseado na loucura de Moraes e do boneco que foi colocado na PGR pra dar aparência de legalidade.
Entrelinhas: Além do pedido de impeachment, o que a Oposição deve fazer a partir de agora?
Magno Malta: A luta tem que continuar, com coragem e indo para as ruas. Senadores eleitos com voto da direita, que falaram em Deus, família e liberdade, precisam aparecer agora. Essa luta não é por um homem, é por um país. Jair Bolsonaro está numa solitária. Não pode falar, não pode aparecer. Ninguém pode postar foto com ele.
Entrelinhas: O senhor ainda acredita no apoio da base bolsonarista?
Magno Malta: Bolsonaro fez muito. Recuperou estatais, deixou R$ 57 bilhões em caixa, fez a transposição do Rio São Francisco, negociou com Putin e Trump. E agora está calado, abandonado por muitos. Cadê os ministros que ele nomeou? Cadê os que ele ajudou a eleger? Cadê os que se dizem "presidenciáveis"? Eu não defenderei quem não está tendo coragem de defender Jair Bolsonaro.
Mesmo sendo um grão de areia, continuarei me comportando como um aliado. Estarei do lado de quem tem coragem de abrir a boca neste momento difícil. Eduardo Bolsonaro foi cancelado, mas está certo. A vida só vale quando vivemos lutando pelo que acreditamos. Muitos estão calados, mas a gente sabe quem são.
Entrelinhas: Qual sua visão sobre o alinhamento do Brasil internacionalmente?
Magno Malta: Hoje não temos mais trabalhador no poder, temos ideólogos marxistas alinhados com Cuba, Rússia, China, Irã: o mesmo Eixo do Mal que financia e organiza essas tragédias que estamos vendo. Trump está reagindo a isso em várias nações.
Entrelinhas: Em um colóquio no Chile, nesta semana, Lula disse defender a democracia, mas reforçou a necessidade de "regular as redes sociais". Ele também criticou a democracia liberal e disse que mandatos de 4 ou 5 anos não são mais o suficiente. O senhor acredita que é um recado sobre 2026?
Magno Malta: Lula falou com a convicção de que as coisas vão se repetir. Existe um "cérebro" por trás dele, como o Zé Dirceu. Não é o marqueteiro. É o Foro de São Paulo. Lula é senil e megafone do Eixo do Mal. Não foi um ato falho. Ele realmente mandou mensagem. Espero que a gente consiga quebrar esse projeto deles. Isso depende da pressão popular e da formação de uma nova maioria combativa nas eleições de 2026.