Moraes forjou fundamentação contra empresários

    02/09/2025 14h40 - Atualizado há 6 horas

    Em depoimento à Comissão de Segurança Pública do Senado, Eduardo Tagliaferro jogou luz sobre um dos episódios mais escandalosos do Supremo Tribunal Federal. Segundo o ex-assessor, Alexandre de Moraes teria mandado deflagrar operações de busca e apreensão contra empresários bolsonaristas sem qualquer base legal, sustentando-se apenas em uma reportagem da imprensa. A suposta “fundamentação jurídica” foi produzida dias depois e inserida no processo com data retroativa — prática que configura fraude processual.

    Tagliaferro, que chefiou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, relatou que tudo começou após uma matéria publicada em 17 de agosto de 2022 pelo portal Metrópoles, trazendo conversas privadas de empresários em um grupo de WhatsApp. Sem apurar a veracidade do conteúdo e sem nenhuma prova concreta de crime, Moraes ordenou, no dia 23, uma operação policial contra esses cidadãos. Dentre os perseguidos estava Luciano Hang, alvo frequente de arbitrariedades e intimidações políticas.

    De acordo com o depoimento, o verdadeiro “fundamento jurídico” só apareceu cinco dias depois, em 27 de agosto, quando assessores do ministro elaboraram um documento forjado para dar aparência de legalidade a uma decisão já tomada. Pior: Tagliaferro revelou ter recebido ordens diretas para “criar um ambiente, uma história” que justificasse retroativamente a perseguição.

    Trata-se de um escândalo sem precedentes: um ministro da Suprema Corte atuando como inquisidor político, atropelando garantias constitucionais e transformando suspeitas em condenações antecipadas. Em vez de zelar pela Constituição, Moraes é acusado de manipular os autos, intimidar empresários e usar o poder estatal como instrumento de vingança ideológica.

    A gravidade das revelações levou o senador Magno Malta (PL-ES) a exigir a prisão e o impeachment imediato do ministro, chamando-o de “marginal”. A senadora Damares Alves (PL-DF) defendeu que as denúncias sejam encaminhadas a Luís Roberto Barroso, presidente do STF, para impedir novos abusos e tentar barrar a perseguição contra Jair Bolsonaro. Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que presidiu a audiência, assumiu o compromisso de agir diante das provas apresentadas.

    No fundo, o caso expõe aquilo que muitos já denunciavam: Alexandre de Moraes age como dono do país, criando narrativas, fabricando provas e atropelando a lei para manter o controle político. Uma afronta direta ao Estado de Direito e à democracia brasileira.


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