Pesquisa Quaest tenta estagnar números, mas rejeição a Lula já é muito maior

    17/09/2025 10h58 - Atualizado há 3 horas

    A Quaest, instituto historicamente identificado por suavizar cenários para o Luiz Inácio Lula da Silva (PT), divulgou nesta quarta-feira (17) nova pesquisa de opinião. Segundo o levantamento, a desaprovação ao governo permanece em 51% e a aprovação em 46%, repetindo exatamente os índices de agosto.

    Contudo, pela lógica, é impossível que esses números sejam idênticos aos do mês anterior.

    O Brasil tem assistido a crescentes e expressivas manifestações de oposição nas ruas e ao impacto direto do julgamento e condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão — eventos que inevitavelmente alteram o humor político e social do país. Se até a Quaest insiste em “estabilidade”, isso significa que a rejeição real é muito maior do que os percentuais divulgados.

    Resultados apresentados

    • Aprovação: 46% (mesmo índice de agosto)

    • Desaprovação: 51% (mesmo índice de agosto)

    • Não sabem/não responderam: 3%

    Em maio, a diferença era de 17 pontos (57% de rejeição contra 40% de aprovação). Desde então, a própria Quaest reconhece que a recuperação de popularidade de Lula foi interrompida em setembro.

    Segmentos sociais

    • Regiões: Lula só se sustenta no Nordeste (60% de aprovação). No Sul (60%) e no Sudeste (55%) a rejeição dispara.

    • Gênero: Entre homens, 54% rejeitam o governo. Entre mulheres há empate técnico.

    • Idade: Jovens de 16 a 34 anos rejeitam majoritariamente (53%).

    • Escolaridade: Entre quem tem ensino superior, 56% rejeitam o governo.

    • Religião: Evangélicos são amplamente contrários (61% rejeição). Entre católicos há divisão.

    Beneficiários e eleitorado

    • Bolsa Família: beneficiários ainda sustentam Lula (64% aprovam), mas entre não beneficiários a rejeição sobe a 55%.

    • Eleições 2022: entre eleitores de Lula, 79% mantêm apoio. Já 92% dos que votaram em Bolsonaro rejeitam o governo.

    Avaliação geral

    • Positiva: 31%

    • Negativa: 38%

    • Regular: 28%

    • Não sabem/não responderam: 3%

    Julgamento de Bolsonaro

    A pesquisa também perguntou sobre a pena imposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Para APENAS 49% dos brasileiros, a condenação foi exagerada.

    Conclusão

    Se até a Quaest — sempre mais indulgente com Lula — traz dados de empate técnico e rejeição majoritária, isso demonstra que a verdadeira insatisfação popular é ainda maior.

    A repetição artificial dos números de agosto ignora a realidade: o Brasil vive protestos crescentes contra o governo e a condenação política mais polêmica da história recente, fatores que tornam insustentável qualquer cenário de “estabilidade”.


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