Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deveria ser alvo de processo de impeachment por antecipar — de forma pública e fora dos autos processuais — seu juízo em determinados casos. Ao menos essa é a análise do desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo e atual comentarista do UOL, Wálter Maierovitch.
A afirmação de que Mendes deveria ter o mandato cassado como ministro do STF foi externada nesta quinta-feira, 29. Ao participar de programa audiovisual do UOL, Maierovitch disse que o magistrado declarou, ao jornal O Estado de S. Paulo, que o ex-presidente Jair Bolsonaro havia confessado um crime. "Parece [que foi uma confissão], que todos sabiam", disse o integrante do Supremo à publicação.
Na visão do jurista, Mendes acaba por contrariar a Constituição Federal. Nesse sentido, o desembargador aposentado ainda se referiu ao ministro do STF como um "papagaio" que atua como se fosse um "formador de opinião".
"Isso [declaração de Mendes] é motivo para impeachment", disse Maierovitch. "O juiz não pode contrariar a Constituição. Gilmar Mendes é um papagaio há muito tempo, como se ele fosse um formador de opiniões. Ele usa esse tipo de estratégia e qual o resultado? As pessoas, certamente, colocando o Supremo como tribunal político em que ministros se intrometem em tudo e que ministros pré-julgam, que é o que ele faz sempre."