A cidade de Luiz Alves, no Vale do Itajaí, está enfrentando uma intensa infestação de maruins, levando à decretação de situação de emergência devido aos transtornos causados pelo pequeno mosquito, cientificamente conhecido como Ceratopogonidae. Em resposta, a prefeitura adotou o uso de superdrones esta semana para combater a praga. Esses drones são equipados para dispersar um controlador biológico que altera o pH dos ovos dos mosquitos, impedindo novos nascimentos.
A solução biológica empregada é inovadora, desenvolvida a partir de resíduos da fabricação de cerveja, o que garante que não contém produtos químicos prejudiciais. A primeira fase da pulverização foi realizada em áreas de grande circulação, incluindo escolas, e está prevista uma nova aplicação dentro de 15 dias.
A cidade, que se destaca na produção de banana, nota uma relação entre a cultura e a proliferação dos maruins, que prosperam em ambientes úmidos e ricos em matéria orgânica. As condições climáticas locais, como chuvas intensas e calor, também contribuem para a situação atual. A prefeitura está colaborando com a Epagri para desenvolver técnicas agrícolas que reduzam a matéria orgânica residual, visando equilibrar a importância econômica da banana com a qualidade de vida dos moradores e trabalhadores afetados pelas picadas dos mosquitos.
Além do desconforto, há uma preocupação com a febre oropouche, uma doença transmitida por mosquitos semelhantes, embora ainda não haja registros confirmados no sul do Brasil. A Secretaria de Estado da Saúde e o prefeito estão considerando a análise de amostras de sangue para verificar a presença do vírus na região.
Com a chegada do inverno, espera-se uma redução na atividade dos maruins, já que as temperaturas mais baixas e o maior uso de roupas pelos humanos diminuem as chances de picadas. No entanto, a vigilância continua sendo crucial, pois os ovos do mosquito são capazes de sobreviver por longos períodos, aguardando condições ideais para eclodir.
