Em entrevista exclusiva ao canal Claudio Dantas, o perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes, revelou como foi trabalhar com o ministro e que passou por uma espécie de “estágio probatório” antes de ser nomeado para a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação.
Segundo Tagliaferro, Moraes lhe pediu informalmente levantamentos de alvos ainda em 2021. Tudo indica que o trabalho era totalmente clandestino, sem vínculo formal com inquéritos e o perito, naquele momento, não possuía qualquer vínculo profissional, nem com o Supremo Tribunal Federal ou com o Tribunal Superior Eleitoral.
“Acredito que tenha sido um teste para ver o que eu conseguia produzir. (Era) levantamento de pessoas”, diz.
O ex-assessor conta que o pedido vinha do próprio Moraes. “Você consegue levantar e fazer um relatoriozinho de tal pessoa? Isso foi em 2021 para 2022. Não me lembro das pessoas, pode até ser que tenham sido as mesmas que seriam perseguidas depois nas eleições.”
Tagliaferro hoje entende que o procedimento não era legal. O ex-assessor está refugiado na Itália, de onde pretende fazer novas denúncias contra Moraes. Ele contou que entregou todo o material das conversas dos grupos da assessoria do TSE para uma emissora internacional, que deve publicar tudo na segunda-feira.
O ex-assessor disse ainda que vai revelar nomes de autoridades que levavam a Moraes quem deveria ser fichado e incluído no inquérito das fake news. Ontem, Tagliaferro foi indiciado pela Polícia Federal por violação de sigilo funcional e teve todos os seus bens e ativos financeiros bloqueados. A defesa tampouco teve acesso aos autos.
