O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o comentarista Paulo Figueiredo foram recebidos em Washington, pelo secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. O encontro, celebrado por ambos nas redes sociais, contrasta diretamente com a situação vivida pelo governo Lula, que enfrenta crescente isolamento diplomático e viu o mesmo secretário cancelar uma reunião oficial com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O episódio foi interpretado como um claro recado da Casa Branca. Ao abrir as portas para representantes da direita brasileira e, ao mesmo tempo, descartar o diálogo com o governo petista, os Estados Unidos demonstram desconforto com a condução política e econômica do Brasil sob Lula.
Mais do que uma simples reunião, a agenda revelou uma mudança de rota: enquanto a gestão petista aposta em aproximações com regimes autoritários e multiplica atritos com o Ocidente, figuras da oposição conquistam espaço e legitimidade junto ao governo norte-americano.
No pano de fundo da crise, também pesam os conflitos internos do Brasil. O Supremo Tribunal Federal (STF), alvo de sanções internacionais após denúncias de abuso de poder e censura, tem contribuído para o desgaste da imagem brasileira no exterior. O alinhamento entre STF e governo Lula, longe de transmitir estabilidade institucional, tem reforçado a percepção de um país sob tutela judicial e de democracia fragilizada.
As sanções impostas pelos EUA a ministros do Supremo — sem precedente em nossa história — se somam às tarifas contra o setor produtivo e ao congelamento de relações diplomáticas em áreas estratégicas. No cenário internacional, o Brasil aparece enfraquecido, descredibilizado e sem capacidade de liderança.
Eduardo Bolsonaro destacou que o encontro com Bessent foi uma “oportunidade única de fortalecer os laços de amizade entre Brasil e Estados Unidos”. Já Paulo Figueiredo sublinhou que a reunião representa a disposição de parte do establishment norte-americano em ouvir outras vozes do Brasil, além daquelas ligadas ao governo atual.
O contraste é evidente: enquanto membros da oposição dialogam diretamente com Washington, o Planalto vê portas se fecharem.