Moraes desafia os USA e afirma que não vai “recuar um milímetro”

    18/08/2025 11h27 - Atualizado há 1 dia

    O jornal The Washington Post publicou nesta segunda-feira (18) uma extensa entrevista com o Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O tom da matéria é revelador: um magistrado que, já contestado no Brasil por sua postura autoritária, agora desafia até mesmo os Estados Unidos, que aplicaram sanções inéditas contra ele.

    Desafiando Trump e os EUA

    Alvo da Lei Global Magnitsky, usada para punir violadores de direitos humanos, Moraes viu seu visto norte-americano ser cancelado e tornou-se responsável por um efeito colateral grave: tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Em vez de reconhecer o isolamento internacional que ele mesmo causou, o ministro dobrou a aposta e declarou: “Não existe a menor possibilidade de recuar nem um milímetro.”

    O governo de Donald Trump foi categórico ao classificar sua atuação como perseguição política, deixando claro que as sanções não atingem apenas o homem, mas também a credibilidade do sistema judicial que ele simboliza. Ainda assim, Moraes reagiu com soberba, insistindo em se apresentar como defensor da democracia, mesmo diante de acusações de censura, arbitrariedade e abuso de poder.

    O “xerife da democracia” ou um tirano de toga?

    O próprio Washington Post descreveu Moraes como um “xerife da democracia”, um rótulo que expõe a contradição: nenhum juiz deveria se comportar como autoridade policial ou legislador. No entanto, no Brasil, o ministro concentrou poderes inéditos. Ordenou a suspensão de plataformas digitais, enfrentou diretamente Elon Musk, prendeu parlamentares e até afastou um governador eleito, Ibaneis Rocha.

    O inquérito das “fake news”, iniciado em 2019, foi a chave para sua ascensão. Um inquérito irregular, criado de forma atípica, que nunca foi encerrado e que se transformou numa arma de perseguição política. Segundo o próprio Post, dentro do STF não há mais quem questione sua continuidade.

    Críticas internas ignoradas

    A entrevista também resgata vozes críticas. O ex-ministro Marco Aurélio Mello se disse “triste” com a deterioração institucional causada pela concentração de poder nas mãos de Moraes, advertindo que “a história é implacável”. Mas o atual detentor do poder na Corte prefere desdenhar. Para ele, os abusos são justificados por uma suposta “vacina contra o autoritarismo” — ironicamente, aplicada com métodos autoritários.

    Um risco para a democracia e para o Brasil

    Ao enfrentar os Estados Unidos, Moraes ultrapassa a barreira da política interna e arrasta consigo a imagem do Brasil. Sua postura ameaça não apenas a separação dos poderes, mas também as relações diplomáticas e comerciais do país. O preço do personalismo togado já se traduz em sanções que atingem a economia nacional.

    O que se vê é um magistrado que, sob o pretexto de “proteger a democracia”, age como líder de facção, perseguindo opositores e ignorando princípios fundamentais do Estado de Direito. Moraes tornou-se, para muitos, a personificação de uma ditadura judicial.

    E a pergunta que o mundo se faz, agora ecoada em Washington, é: até onde Alexandre de Moraes pretende ir?


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