O Brasil foi sacudido nos últimos dias por mais um episódio que expõe a fragilidade institucional e a manipulação política que cercam o continente. Circulou a informação de que o regime brasileiro teria planejado uma ação secreta para resgatar Nicolás Maduro da Venezuela, uma operação batizada de “Imeri”. A versão, publicada pelo site DefesaNet, sustentava que a iniciativa partiria de uma ala política alinhada a Caracas.
Segundo a publicação, a operação não contou com qualquer desenho operacional, tampouco com envolvimento das Forças Armadas ou uso de equipamentos. O suposto plano, portanto, teria ficado apenas no campo especulativo, mas suficiente para criar ruído diplomático e alimentar a sensação de que o regime brasileiro atua às sombras em defesa de ditaduras vizinhas.
A pressão da repercussão forçou manifestações do Ministério da Defesa e do Itamaraty, que apressaram-se em divulgar notas oficiais negando a existência de qualquer iniciativa nesse sentido. As pastas insistiram que não há operação em curso nem estudo de ação desse tipo.
Apesar do tom categórico, a negativa não elimina a preocupação: a própria circulação desse tipo de boato só se sustenta porque o regime brasileiro já mostrou, em diferentes ocasiões, afinidade ideológica com o chavismo.
O episódio reforça a percepção de que o regime brasileiro vive em permanente estado de ambiguidade: nega intenções autoritárias publicamente, mas permite que paira no ar a dúvida sobre seus reais compromissos democráticos. O simples fato de um suposto resgate de Nicolás Maduro parecer crível já é suficiente para revelar até onde vai a desconfiança sobre os rumos do país.