O Luiz Inácio Lula da Silva decidiu indicar o atual ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, para ocupar a vaga deixada no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ministro Luís Roberto Barroso, que se aposentou antecipadamente aos 67 anos — embora pudesse permanecer na Corte até os 75.
A decisão confirma mais uma contradição de Lula, que tem afirmado em discursos recentes que não indica “amigos” nem “aliados políticos” para o Supremo. A realidade, no entanto, é bem diferente: Messias é um dos mais próximos colaboradores do petista, com quem mantém relação de confiança e subserviência política desde os tempos de Dilma Rousseff.
Com essa nova nomeação, Lula consolida o projeto de aparelhamento do Judiciário, ampliando o domínio ideológico do grupo que há décadas se mantém no poder por meio de decisões políticas e interpretações convenientes da Constituição.
O discurso de que as indicações são “técnicas” cai por terra diante da escolha de um extremista de esquerda, fiel ao projeto de poder petista e à agenda de sustentação do regime.
Lula tenta convencer o país de que busca pluralidade e equilíbrio, mas o que se vê é o oposto: um STF cada vez mais alinhado aos interesses do Planalto, menos comprometido com a imparcialidade e com a separação entre os Poderes que a democracia exige.
Jorge Messias, 45 anos, é procurador da Fazenda Nacional desde 2007 e atualmente comanda a AGU. Foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência no governo Dilma Rousseff — justamente o período marcado pela crise institucional e pelo colapso ético que levou ao impeachment da petista.
Se aprovado pelo Senado, Messias poderá permanecer no STF por até 30 anos, perpetuando a influência ideológica lulista por gerações.
Não é coincidência: dos nomes cogitados para substituir Barroso, Messias era o preferido do PT e o mais próximo de Lula. A escolha teve apoio explícito de lideranças partidárias e resistência de setores moderados que veem o avanço do partidarismo dentro do Supremo como um risco à democracia e à estabilidade das instituições.
Com a escolha de Messias, Lula deixou de lado outros nomes cogitados, como o do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que contava com o apoio dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.
A decisão reforça que, no governo petista, a lealdade ideológica pesa mais do que a capacidade técnica. A Secretaria de Imprensa do Planalto, como de costume, tentou amenizar o fato, afirmando que “não há anúncio oficial previsto” — uma manobra típica para controlar o desgaste político e testar a reação da opinião pública.
A nomeação de Jorge Messias expõe mais uma vez o projeto de hegemonia política do PT sobre as instituições brasileiras. O Supremo Tribunal Federal, que deveria ser guardião da Constituição, se transforma gradualmente em um braço político do regime petista, composto por ministros escolhidos não pela técnica, mas pela fidelidade ao chefe do Executivo.
Enquanto o país enfrenta crises econômicas, morais e institucionais, Lula se ocupa em blindar-se judicialmente, cercando-se de aliados que garantirão impunidade e sustentação política por décadas. É o velho truque de quem diz defender a democracia enquanto mina, passo a passo, os seus alicerces.
O Brasil precisa acordar: cada nova indicação “amigável” de Lula ao Supremo é mais um golpe silencioso contra a independência dos Poderes e contra o futuro de uma Justiça verdadeiramente livre e imparcial.