O ex-presidente Jair Bolsonaro, submetido a uma prisão domiciliar amplamente questionada por juristas e observadores internacionais, precisou novamente pedir “permissão” ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para realizar algo que deveria ser um direito básico de qualquer pai: comemorar o aniversário de 15 anos de sua filha, Laura Bolsonaro.
Em petição encaminhada ao Supremo, a defesa do ex-presidente solicitou a autorização para que Laura possa receber amigos e familiares em um almoço íntimo, marcado para o sábado (18) - imaginem só como não é difícil para essa jovem e até para seus amigos, ter que suportar que um membro da Suprema Corte do País aurtorize presenças e que, por certo, vai monitorar a festinha de aniversário(...)
Mas o que deveria ser um simples pedido familiar transforma-se, mais uma vez, em um ato simbólico do controle e da humilhação impostos por Moraes. O ministro, que já impôs a Bolsonaro restrições abusivas, trata até momentos pessoais e afetivos como se fossem ameaças à “ordem democrática”, deixando evidente o caráter punitivo e psicológico de suas decisões.
Para a filha, Laura, esse episódio é mais um doloroso capítulo na série de traumas que a perseguição judicial ao pai tem causado à sua vida e à de toda a família. É a adolescência de uma jovem submetida ao escrutínio e ao autoritarismo de um magistrado que, há anos, ultrapassa todos os limites do bom senso e da legalidade.
A defesa de Bolsonaro reforçou que o encontro “tem caráter estritamente familiar, sem qualquer conotação pública ou política, restrito ao círculo pessoal da família do peticionante”.
Mesmo assim, o simples ato de comemorar o aniversário de uma filha se tornou mais uma etapa da tortura psicológica imposta pelo ministro, que parece decidido a transformar a vida privada do ex-presidente em um campo permanente de vigilância e opressão.