O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) voltou a protagonizar mais um episódio marcado pela velha prática do lawfare político. Amparado em um relatório da Polícia Federal e em movimentações apontadas pelo Coaf, o parlamentar protocolou no Supremo Tribunal Federal uma representação contra Michelle Bolsonaro, pedindo abertura de inquérito e medidas extremas como quebra de sigilos bancário, fiscal e telemático, bloqueio de bens e perícias contábeis.
A iniciativa, contudo, levanta sérias dúvidas sobre a real intenção do deputado. Para críticos, a ação não passa de um ataque direcionado e politizado, que usa o aparato do Estado para atingir a família Bolsonaro. O gesto de Lindbergh, historicamente marcado por sua militância agressiva no PT, é visto como parte de um teatro jurídico-midiático para tentar desgastar a ex-primeira-dama, que sequer ocupa cargo público.
Segundo a representação, cerca de R$ 2 milhões teriam sido repassados para Michelle Bolsonaro, dentro de um total de R$ 30 milhões atribuídos à família. Mas em vez de buscar explicações técnicas, Lindbergh preferiu transformar o episódio em espetáculo político, pedindo um pacote de medidas restritivas sem sequer comprovar dolo ou benefício pessoal ilícito de Michelle.
A narrativa se sustenta apenas em suposições e ilações políticas, ignorando que movimentações entre familiares não configuram, por si só, crime de lavagem de dinheiro. Ao tentar forçar essa tipificação penal, o deputado revela mais sua obsessão política do que compromisso jurídico.
Ao pedir que o ministro Alexandre de Moraes autorize medidas tão drásticas, Lindbergh naturaliza o uso do STF como ferramenta de perseguição política. Essa postura fragiliza ainda mais a credibilidade das instituições, pois passa à sociedade a impressão de que investigações seletivas podem ser abertas ao sabor dos interesses partidários.
Além disso, a ofensiva contra Michelle demonstra um padrão: atingir esposas e filhos de adversários políticos como forma de ampliar a pressão e criar um clima de terror judicial. É uma escalada perigosa que confunde justiça com vendeta política.
Vale lembrar que Lindbergh não tem exatamente uma trajetória limpa no campo da gestão pública. Seu nome já esteve envolvido em denúncias de irregularidades quando foi prefeito de Nova Iguaçu (RJ), e sua atuação parlamentar sempre foi marcada pelo radicalismo ideológico. Agora, ao colocar Michelle Bolsonaro no centro de um suposto “esquema”, ele se aproveita da exposição midiática para tentar ganhar relevância política perdida nas últimas eleições.
A ação de Lindbergh contra Michelle Bolsonaro deve ser vista com extrema cautela. Não se trata de uma busca legítima por justiça, mas de mais um capítulo da instrumentalização da Justiça para fins políticos. O risco é claro: transformar o STF em palanque e o sistema jurídico em arma de perseguição.
O povo brasileiro, cada vez mais atento, percebe que esse tipo de manobra não tem como objetivo a transparência ou a legalidade, mas sim o desgaste de adversários políticos. E, nesse cenário, a pergunta que fica é: até quando o Brasil tolerará que parlamentares usem a Justiça como trincheira de guerra partidária?