Financiado por ONG estrangeira e acusado de manipular informações, jornalista aparece no centro de denúncias que ligam reportagens a prisões políticas e perseguições contra empresários
Em um país onde a fronteira entre jornalismo e ativismo político tornou-se cada vez mais difusa, o nome de Guilherme Amado volta ao centro de uma das mais graves crises de credibilidade da imprensa brasileira.
Documentos e denúncias recentes apontam que o colunista, conhecido por publicar matérias contra personalidades de direita e empresários alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, teria recebido mais de R$ 400 mil de uma ONG americana ligada à USAID, agência internacional frequentemente associada a programas de influência política em países latino-americanos.
A revelação acendeu o alerta: o jornalista que, segundo defensores e parlamentares, plantou notícias falsas usadas para embasar prisões, censuras e operações policiais, pode ter atuado muito além dos limites éticos da profissão.
O caso Filipe Martins: quando uma mentira virou prisão
Um dos episódios mais emblemáticos envolve o ex-assessor internacional da Presidência, Filipe Martins, preso preventivamente em 2024 sob a acusação de ter viajado aos Estados Unidos para planejar atos antidemocráticos.
A suposta viagem — que jamais ocorreu — foi “noticiada” em reportagem assinada por Guilherme Amado e, segundo a defesa do assessor, usada como base principal para o pedido de prisão decretado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Meses depois, o Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP) desmentiu o fato, afirmando que não havia registro de entrada de Martins no país. Mesmo assim, o ex-assessor passou seis meses preso, submetido a tortura psicológica e isolamento, segundo relatos da família. Nenhuma reparação foi feita. Nenhuma retratação publicada.
O elo entre o jornalismo militante e as operações contra empresários
As suspeitas sobre Amado não param aí. Operações da Polícia Federal e decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), realizadas entre 2022 e 2023 contra empresários acusados de “conspirar em grupos de WhatsApp”, teriam sido deflagradas a partir de matérias jornalísticas sem provas concretas, baseadas em conversas privadas jamais autenticadas.
Entre os alvos estava o empresário Luciano Hang, dono da Havan, acusado de integrar um grupo de mensagens de teor “antidemocrático”.
O inquérito foi aberto com base em informações divulgadas por Guilherme Amado — posteriormente, perícias independentes revelaram que o relatório policial que sustentava as operações foi criado dias após sua execução, com data retroativa e sem assinatura digital qualificada.
Peritos apontam fraude documental e manipulação de metadados. O documento aparece datado de 19 de agosto de 2022, mas foi gerado em 29 de agosto, seis dias após as buscas — uma violação grave da cadeia de custódia e da legalidade de qualquer prova.
Em depoimento à CPI da Manipulação Digital, o delator Eduardo Tagliaferro afirmou ter sido coagido por assessores do ministro Alexandre de Moraes a redigir relatórios com datas falsas para “dar aparência legal” a operações já determinadas.
Segundo ele, as reportagens de Amado serviram como gatilho político para decisões judiciais sem base técnica.
“A narrativa era montada primeiro na imprensa, depois fabricavam-se as provas”, disse Tagliaferro.
Financiamento externo e conflito de interesses
De acordo com documentos obtidos por parlamentares e analistas independentes, Guilherme Amado teria recebido financiamento de uma ONG vinculada à USAID, agência norte-americana frequentemente acusada de fomentar projetos políticos em nações latino-americanas.
O valor ultrapassaria R$ 400 mil, repassados a título de “apoio à democracia e jornalismo independente”.A contradição é evidente: como pode um jornalista que se diz “independente” receber recursos de um governo estrangeiro e, ao mesmo tempo, publicar reportagens que influenciam diretamente decisões judiciais, prisões políticas e censura a empresários brasileiros?
O episódio levanta um debate urgente sobre ingerência internacional na imprensa nacional e uso do jornalismo como instrumento de perseguição ideológica.
Silêncio e impunidade
Procurado por diversos veículos, Guilherme Amado nunca se pronunciou de forma objetiva sobre os repasses recebidos, nem sobre os erros factuais que resultaram na prisão de Filipe Martins.
O silêncio, neste caso, ecoa como confissão moral.
Enquanto isso, o Ministério Público Federal permanece omisso.
Nenhuma investigação formal foi aberta para apurar o eventual uso de reportagens forjadas como base de decisões judiciais.
E a imprensa tradicional, que prega “transparência” e “liberdade de expressão”, mantém um conveniente mutismo quando as irregularidades partem de um dos seus.
O preço da manipulação
A utilização de reportagens como instrumentos de poder político e judicial destrói o princípio fundamental da democracia: o direito de todos à verdade.
Quando um jornalista se coloca acima da ética, quando a notícia é moldada para destruir reputações ou legitimar abusos de autoridade, a imprensa deixa de ser fiscal do poder e passa a ser cúmplice dele.
Casos como o de Guilherme Amado, se comprovados, representam um dos maiores escândalos de manipulação midiática da história recente do Brasil — um retrato fiel de como parte da imprensa abandonou o jornalismo e se transformou em arma de guerra política.
Sociedade quer respostas
A sociedade brasileira merece respostas.
Quem financiou as reportagens que serviram de base para prisões políticas?
Quem garantiu os recursos internacionais que bancaram campanhas de difamação travestidas de jornalismo investigativo?
E até que ponto o Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público e a Polícia Federal foram cúmplices — ou vítimas — de um conluio de manipulação midiática?
Enquanto essas perguntas não forem respondidas, a liberdade de imprensa continuará sequestrada por interesses que não são os do povo brasileiro.
🖼️ Crédito da imagem: IA (edição digital e conceitual).
✍️ Redação: BN Brasil | Edição especial — Brasília, outubro de 2025.
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